quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Os Miseráveis


Na penumbra da decadente visão eclesiástica humana, busco por oxigênio. Não me refiro ao ser em si, mas, na mediocridade do pensamento estabelecido por terceiros ou por paradigmas inquebráveis, mesmo diante Daquele que é Santo ou santo.

Lembro-me do apóstolo Paulo quando desabafou: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. Olhar para o que se vê neste mundo, é olhar para algo miserável; esperar que o meu pensamento seja sensato diante do desconhecido anverso, é muito miserável, é miserabilíssimo.

Muito embora devesse estar preparado, ainda me é motivo de espanto quando ao declarar que não mais pertenço a uma igreja institucionalizada, recebo olhares de tristeza e meneios de cabeça. Estranho... Pois, se estamos cristãos somente diante da instituição, então “somos os mais miseráveis de todos os homens”. Se demonstrarmos amor somente ou quase nunca, dentro dos muros da instituição, então “somos os mais miseráveis de todos os homens”.

Quando afirmo ser cristão, ainda que minhas atitudes coadunem com esta premissa, diante da enorme preocupação eclesiástica, digo instituição, somos tidos por moribundos, como se tivéssemos traído a Cristo, entregues a própria sorte, afinal, perdemos a carteirinha, não obstante, o Criador não perde tempo com estes assuntos... Leia a Bíblia, veja que a preocupação é com a verdadeira igreja.

Cristo não fundou igreja instituição, e ressalto que nada tenho contrário a ela, sei da sua importância e necessidade, mas a recíproca sempre será verdadeira no anverso, pois se entendermos que a instituição é maior que a igreja, então “somos os mais miseráveis de todos os homens”.