sábado, 22 de novembro de 2008

Características do Pensamento de Emile Durkheim, Max Weber e Georg Simmel

Introdução

Os fundamentos da teoria sociológica foram formulados durante o período de 1895 a 1920 por um grupo de homens notáveis, entre os quais: Emile Durkheim, Georg Simmel e Marx Weber. Simultaneamente, e mais ou menos de forma independente uns dos outros, desenvolveram uma nova abordagem semelhante para o estudo dos fenômenos sociais.

O aparecimento destes homens ilustres num período de tempo específico constitui uma característica da história cultural observada na arte, na música, na filosofia e na literatura, bem como nas ciências. De modo geral, isso ocorre quando uma idéia nova e fértil surge de uma situação experimentada como um problema urgente por várias pessoas ao mesmo tempo.

Conceitos Gerais

São de duas espécies: os que selecionam e classificam os fenômenos, e os que entram como variáveis nas proposições gerais sobre esses fenômenos. Os conceitos da primeira espécie são termos ou categorias genéricas. São alcançadas pelo modo familiar de abstrair traços comuns a muitos fenômenos e selecioná-los em classes de objetos ou eventos. Os conceitos que servem como variáveis em proposições gerais são operacionais. São empregados para revelar diferenças essenciais e distintas entre os fenômenos. São conceitos analíticos, que representam elementos inferidos ou construídos e padrões uniformes que são idênticos em qualidade, mas diferentes em magnitude e extensão.

Os conceitos analíticos representam as variáveis em todas as generalizações científicas. As variedades independentes são de significado especial, porque representam fatores que funcionam como determinantes em virtude das leis as quais estão sujeitos. Cada ciência lida como uma classe de determinantes especial e distinta e sobre a descoberta de tal classe é que se fundamenta uma ciência.

Os conceitos gerais, incluindo uma classe especial de determinantes sociológicos, as leis, teorias utilizadas pelos sociólogos na análise e interpretação de seus dados são os ingredientes da área de interesse intelectual específico denominada “teoria sociológica”. Neste sentido, a teoria sociológica é um repositório, uma espécie de arquivo de conceitos sociológicos, leis sociológicas, teorias sociológicas e obra nas quais esses esquemas conceituais foram formulados e desenvolvidos. Comumente, essas obras são consideradas como textos sociológicos clássicos.


A Contribuição de Durkheim

Durkheim foi o primeiro a abrir novos horizontes para a sociologia, ou seja, a possibilidade de estabelecer a sociologia como uma ciência teórica com um objeto e uma abordagem especiais. Suas pesquisas e seus debates metodológicos lançaram os fundamentos para a concretização dessa possibilidade.

Reconhece-se o trabalho de Durkheim sobre o suicídio como uma aventura pioneira, bem como uma obra exemplar de pesquisa. É mais do que isso, contudo, pois também tem implicações de largo alcance para o estabelecimento da sociologia como ciência teórica.

A contribuição notável do estudo de Durkheim é a formulação do que veio a ser conhecido como a “lei do suicídio”. Essa lei estabelece que o suicídio varia inversamente com o grau de integração dos grupos sociais dos quais o individuo faz parte.


A Contribuição de Weber

A contribuição de Weber ao estabelecimento da teoria sociológica pode melhor ser discutida examinando-se seu estudo “The Protestant Ethic and the Spirit”. Essa obra é primordialmente um estudo histórico e deve ser avaliada primeiro que tudo em função da validade de suas descobertas. Mas também se destina a ser uma contribuição sociológica e deve, portanto, ficar sujeita a uma análise em termos de teoria sociológica. As questões formuladas sobre o estudo não devem concernir à justificação histórica da interpretação de Weber, mas ao caráter da generalização que foi alcançada. O que é sociológico quanto a ele, a abordagem sociológica é sobre os métodos de tratar com os dados sociais.

A ligação entre o protestantismo ascético e o capitalismo moderno indubitavelmente era tão estreita quanto Weber a retratou, mas ele não ofereceu uma explicação causal da ascensão do segundo. Weber estava, naturalmente, cônscio da possibilidade da influência entre os fatores religiosos e econômicos serem recíprocos. Asseverou com firmeza que o fator religioso tinha uma influência norteadora. Ao mesmo tempo, reconheceu a possibilidade de que o ascetismo protestante foi por sua vez influenciado em seu desenvolvimento e caráter pela totalidade das condições sociais, especialmente as econômicas.

O estudo da ética protestante feita por Weber não é apenas um estudo empírico significativo; contribui também de forma importante para a teoria sociológica, pois é um excelente exemplo de abordagem de Weber a análise sociológica.

De acordo com Weber, a tarefa das ciências sociais, inclusive a sociologia, e aprender intelectualmente a vida que nos cerca e aprende-la em toda a sua concretude e especificidade. Os objetos de estudo são acontecimentos reais. A busca é dirigida no sentido de compreender-lhes o significado cultural, verificar as articulações que existem entre eles e, finalmente, descobrir as razões históricas porque ocorreram.

A Contribuição de Simmel

Simmel era filósofo de profissão e sua forma predileta de escrever era o ensaio. À diferença de Durkheim ou Weber, Simmel não se empenhou na pesquisa cientifica nem se dirigiu aos problemas específicos sobre a vida social que exigissem explicação. Sua abordagem sociológica foi essencialmente filosófica. Estava interessado na razão de ser da sociologia como ciência e no caráter especial de seus procedimentos analíticos. Para esse fim escreveu uma série de ensaios sobre assuntos sociológicos, não meramente para discutir esses temas mas para demonstrar uma tese geral.

O tema da tese de Simmel é a própria sociologia. Achava-se ele perfeitamente cônscio do fato, que também perturbou Durkheim e Weber, de faltar à sociologia um foco teórico que a pudesse distinguir como ciência.

O cerne da posição de Simmel é que os conceitos teóricos da sociologia devem representar os aspectos típicos das ações recíprocas incessantes e infinitamente variadas em que os seres humanos mutuamente se empenham.


Considerações Finais

Sorokin foi um dos poucos historiadores da sociologia que reconhece existir uma idéia básica comum nas contribuições desses três autores e classifica-os em uma só escola, por ele denominada de “escola sociológica”.

As contribuições de Durkheim, Simmel e Weber não constituem bases separadas e conflitantes para a teoria sociológica, mas sustentam-se e completam-se mutuamente, fornecendo uma base única, sólida e unificada para aquela teoria.

À análise das contribuições de Durkheim, Weber e Simmel, a sociologia revelou uma unidade básica em seus pontos de vista e abordagem. É essa comunidade de idéias que constitui o fundamento da teoria sociológica.

O caminho que deve ser seguido foi traçado pelas obras de Durkheim, Weber e Simmel, que se encontraram entre os primeiros a enunciar claramente e a aplicar sistematicamente o tipo de abordagem analítica que tornou possível o desenvolvimento da teoria sociológica.


2. SOCIOLOGIA, INDIVÍDUO E SOCIEDADE
(Karl Marx)

A problemática implicada no aparente conceito de individuo e coletividade consiste, entre outras coisas, nas afirmações distintas, e, em alguns casos contraditórios. A visão deste problema num sentido mais exato, é a pesquisa da coletividade analisando o comportamento do individuo dentro desta. Dentro da coletividade humana existem dificuldades de entender esta questão, porque o comportamento e as relações dos humanos não seguem um padrão universal.

A complexidade se dá na ignorância individual em relação a pertencer a esta coletividade. A sociedade humana, geralmente é desconhecida dos indivíduos que pertencem a ela. A exatidão dos conflitos que envolvem as classes sociais, como problema último e central, alcançou resultados através da reflexão sobre a relação entre individuo e coletividade.

Em sua principal obra “El Capital”, Karl Marx indica que Aristóteles compreendeu de forma escassa a estrutura das classes. Os homens se diferenciam entre si , normalmente pela sua posição. Como é forte a natureza que o domina, ele deixa-se dominar pela força, debilidade e intensidade da sua individualidade, que é influenciada pela sua natureza. Os escravos nasceram para ser escravos, os senhores nasceram para ser senhores. Segundo Aristóteles, para o individuo este aspecto não necessita de explicação alguma, porque todos vêm que e necessário que ocorra assim, apenas uma menoria não compreende.

A sugestão de Marx é que o estado proponha como pensador ideal, o filósofo. Também na antropologia judeu-cristã, se descreve o individuo como um ser dotado de corpo, alma e espírito, que de um modo natural esta integrado em uma coletividade determinada.

Cada soldado esta individualmente subordinado a uma patente superior. Embora subordinado, ele faz parte do todo, qualquer membro poderá ser admitido como parte do todo, desde que se encaixe nos preceitos da coletividade local.

A situação real da classe trabalhadora é de menor relevância diante do processo capitalista, autoritário e sócio-democrata organizado pelos partidos. Um sintoma do problema entre individuo e sociedade se deu no discurso fúnebre de Marx. Marx pôde desempenhar a função de sistematizador, tanto como uma conseqüência necessária pela sua constatação histórica como pela questão do talento pessoal.



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