sábado, 22 de novembro de 2008

O Primeiro Livro dos Reis

INTRODUÇÃO

Sempre que falamos de um estudo bíblico, falamos de uma fonte inesgotável de aprendizado, pois a Palavra de Deus se desdobra muito além do que podemos imaginar.
O estudo que vamos abordar ( o livro de 1 Reis ), trará para nós um conhecimento mais intenso do livro, e principalmente, visa esclarecer qual o propósito de Deus. Todo e qualquer livro bíblico nos traz um propósito específico, que nos alerta, nos anima, nos desperta, nos conduz...sempre objetivando uma melhora para nossa vida como servos de Deus.
Quero salientar que este estudo é resultado de muitas horas de estudo e meditação na Palavra de Deus. Com uma vasta bibliografia pude acrescentar muitas coisas ao meu conhecimento sobre este livro maravilhoso, que é 1 Reis.
Abordaremos alguma particularidades deste livro, como por exemplo uma detalhada narrativa da vida de Salomão.
Este estudo tem como objetivo esclarecer algumas dúvidas, que a primeira lida o livro nos coloca, vários assuntos são abordados separadamente para dar um maior entendimento. Os reis de Israel e Judá são explanados um a um neste estudo, esclarecendo o motivo do seu sucesso ou derrota como líderes de toda uma nação.


I LIVRO DOS REIS

Estes dois livros são chamados “O Livro dos Reis”, pois originariamente formavam um só livro, a exemplo de 1-2 Sm. Foi a versão grega dos Setenta (LXX) que o subdividiu em dois, dando-lhes o nome de “Terceiro e Quarto Livros dos Reinados”, títulos que a Vulgata Latina transformou em “Terceiro e Quarto Livros dos Reis”.
Reis constitui a parte final da grande obra deuteronomística que começa com Dt. Segundo a intenção original, Rs não era tanto histórico, e sim “profético”.
O texto original hebraico nos foi conservado em estado medianamente puro; mas há passagens mal conservadas, especialmente 1Rs 7(mobiliário do templo). As passagens paralelas de 2Cr, Ex e Jr e sobretudo as versões antigas, especialmente os LXX, são de grande auxílio para as correções do texto.

Conteúdo geral

Como indica o próprio título, os livros tratam dos reis de Israel e de Judá desde a morte de Davi (971) até a ruína de Samaria (722 ou 721), respectivamente de Jerusalém (587 aC), abrangendo ao todo 19 reis de Israel e outros tantos de Judá e 250, respectivamente 385, anos de história de Israel e Judá. Recebem desenvolvimento mais amplo os reinados de Salomão (1Rs 1–11), Acab (1Rs 17–22: Elias e guerras com os arameus), Ezequias (2Rs 18–20) e Josias (2Rs 22–23). Além dos reis merecem atenção especial os profetas: um “homem de Deus” anônimo e o profeta de Betel (1Rs 13), Aías (14,1-18) e sobretudo Elias e Eliseu com os respectivos ciclos (1Rs 17– 2Rs 13, com interrupções).

Esquema geral dos relatos dos reis

Exceto poucos casos especiais, o esquema regular, expresso por fórmulas estereotipadas, é o seguinte: começa-se indicando o nome e o ano de reinado do rei vizinho (sincronismo), a duração do reinado e a apreciação teológica ou religiosa do respectivo rei. Para os reis de Judá também são indicadas a idade ao subir ao trono e o nome e origem da rainha-mãe. Seguem a história propriamente dita e os sucessos do reinado; as notícias às vezes são muito resumidas ou mesmo omitidas. Na conclusão citam-se fontes mais amplas, a morte e o lugar da sepultura e finalmente o nome do sucessor. Os sincronismos naturalmente cessam com a queda do reino de Israel. Este esquema geral aparece a primeira vez completo com o rei Roboão (1Rs 14,21-24.29-31).

O critério da apreciação dos reis é a centralização do culto no templo de Jerusalém

Os que toleraram ou praticaram cultos fora deste templo, são todos reprovados. Portanto, Jeroboão I e todos os demais reis do Norte são condenados pelo “pecado de Jeroboão” que consistiu na ereção e manutenção dos santuários de Dã e Betel. A maior parte dos reis do Sul é reprovada por ter tolerado ou não ter suprimido cultos fora do templo salomônico. Apenas Ezequias e Josias são plenamente aprovados, enquanto Asa, Josafá, Joás, Azarias e Joatão o são com ressalvas.

Origem e fontes

Já que o culto foi centralizado apenas pelo rei Josias em 621 aC, o autor deuteronomístico escreveu a obra depois desta data; mas é muito difícil dizer se escreveu ainda em vida deste rei (cf. 2Rs 22,20) ou muito tempo depois, talvez pouco depois da ruína de Jerusalém (587 aC) ou só depois de 561, uma vez que o livro se conclui com a notícia do indulto concedido ao rei Joaquin neste ano. Também se poderia pensar em dois autores: o autor principal teria escrito logo depois da reforma de Josias, ou ao menos entre 621 e 597 (quando da primeira tomada de Jerusalém e deportação). O outro autor, editor ou redator teria continuado a obra durante o exílio, terminando-a depois de 561 ou algum tempo antes, talvez logo depois de 587. De qualquer modo, é difícil estabelecer datas, porque o texto conservou certa fluidez ainda muito tempo depois, como demonstram os LXX e a recensão lucianéia. Quanto às fontes, cita-se o “Livro dos Anais de Salomão” (1Rs 11,41), o “Livro dos Anais dos Reis de Israel” e o “Livro dos Anais dos Reis de Judá” (14,19.20, etc.). Além disso, foram utilizadas pelo autor (ou autores) outras fontes. Por exemplo: para a cisão do reino, para os ciclos de Elias e Eliseu, as guerras de Acab com os arameus.
Não se conhece o autor. Reza uma tradição judaica que foi Jeremias. Quem quer que fosse faz freqüentes referencias a anais oficiais e a outros registros históricos existentes na época como, por exemplo o “Livro da História de Salomão", "Livro da Hist6ria dos Reis de Israel", "Livro da Hist6ria dos Reis de Judá"', 1 Rs 11:41; 14:19,29; 15:7,23,31; 16:5,14,27, etc. Assim, ao que parece, havia abundância de narrativas escritas, as quais o escritor sagrado recorreu, guiado, naturalmente, pelo Espirito de Deus.

Cronologia

As numerosas indicações cronológicas e especialmente os sincronismos, por mais úteis que sejam, suscitam muitos problemas concretos, e alguns parecem mesmo insolúveis. Houve falhas na transmissão das cifras; pode ter havido mudanças nos sistemas de contagem ou cronologia, como no tocante ao início do ano (primavera ou outono). Em todo o caso, os números bíblicos devem ser levados a sério; quando ocorrerem problemas, procurar-se-á uma solução nas notas.
Os documentos assírios e babilônicos ajudam a estabelecer uma cronologia absoluta. Por exemplo: a batalha importante de Carcar, no rio Orontes na Síria, da qual também participou o rei Acab, se travou no ano 853 aC. Jerusalém foi assediada pelo rei assírio Senaquerib, ao tempo do rei Ezequias, no ano 701 aC.

Apreciação geral de Reis e de suas intenções

Por mais incompletos, parciais e quase tendenciosos que estes livros se apresentem à luz da historiografia moderna, são a primeira obra histórica coerente e com visão de conjunto do antigo Oriente Próximo. Uma vez que o autor é israelita, a obra e a visão histórica resultam de sua noção de Deus, que é o verdadeiro Senhor da história. Por isso, o autor compreendeu a história como plano de Deus a respeito dos homens ou como história da salvação. Isto explica por que regularmente julga sobre a conduta religiosa ou cúltica do respectivo rei. A mesma preocupação prevalentemente religiosa do autor explica por que às vezes as notícias propriamente históricas são tão pobres, como no caso do grande rei Amri, fundador de Samaria, que recebe escassos 6 versículos (1Rs 16,23-28).

Mensagem religiosa

Segundo a mente do autor, a obra prova a tese fundamental do Dt, repetida em 1Rs 8 e 2Rs 17: Se o povo de Israel guarda a aliança concluída com Deus, é abençoado; se viola a aliança, é punido e mesmo aniquilado. A ingratidão e infidelidade do povo eleito, a conseqüente ruína, primeiro de Israel e depois de Judá, parecem fazer fracassar o plano de Deus. Mas, apesar de tudo, sempre fica um resto de fiéis que não dobra o joelho a Baal, um resto de Sião que mantém a aliança. E este resto basta para deixar viva a promessa da futura salvação.
Que o plano salvífico de Deus se mantenha firme e inalterado, aparece na subsistência admirável da dinastia davídica, na qual repousam as promessas messiânicas, ao passo que no reino do Norte as dinastias se sucedem com muito sangue e violência.
Note-se ainda a grande importância que é dada à pregação e atuação dos profetas, procurando manter o povo fiel a Deus e à aliança com ele: “homem de Deus” em Betel, Aías, Elias e Eliseu, Miquéias, Jonas e tantos outros.

Propósito

1 e 2 Reis foram escritos para prover ao povo hebraico no exílio babilônico uma versão bíbli­ca da sua história, e assim compreenderem por que a nação dividiu-se em 930 a.C., por que o Reino do Norte, Israel, caiu em 722 a.C., e por que o reino davidico e Jerusalém cairam em 586 a.C. Os livros de Reis salientam que a divisão e o colapso de Israel e de Judá foram uma conseqüência direta e inevitável da idolatria e da impiedade dos reis e da nação como um todo. Tendo em vista esse fato, os livros abordam o sucesso ou fracasso de cada rei, de con­formidade com sua fidelidade ou infidelidade a Deus e ao concerto. Esta perspectiva bíblica tinha por objetivo fazer com que os cativos repudiassem para sempre a idolatria, buscassem a Deus e cumprissem seus mandamentos nas gerações futuras.
O autor ( s ) do livro de Reis, tem o intuito de expor o ensino religioso da história nacional durante o período monárquico desde a ascensão do rei Salomão. O autor mostra o desenvolvimento e a decadência do reino, assinala as suas causas e da grande atenção a parte da história em que predomina o caráter moral e religioso.


A MORTE DO REI DAVI

“E Davi adormeceu com seus pais e foi sepultado na cidade de Davi. O reinado de Davi sobre Israel durou quarenta anos: em Hebron reinou sete anos, em Jerusalém, trinta e três”. ( I Reis 2: 10 e 11 )

Davi foi o mais novo dos oito filhos de Jesse, agricultor de Belem. Era pas­tor e cuidava do rebanho, quando o profeta Samuel chegou a Belem, envia­do por Deus para ungir rei um dos filhos de Jesse, em lugar de Saul. Sua escolha despertou inveja nos irmãos.
A habilidade de Davi em tocar har­pa fez com que fosse levado a corte de Saul, onde teve a função de acalmar os ataques de depressão do rei. Mais tarde, tendo ido levar comida aos ir­mãos na frente de batalha, aceitou o desafio de Golias, 0 gigante filisteu, e matou-o com uma pedra lançada com a sua funda de pastor. Depois deste fei­to, as mulheres sairam ao encontro de Saul cantando: "Saul matou mil, Da­vi dez mil". Isso desencadeou a inveja do rei contra o jovem her6i, tanto que a partir de então Saul tentou repetida­mente mata-lo. Jonatas, filho de Saul e amigo intimo de Davi, aconselhou­-Ihe que fugisse. Assim Davi tornou-se foragido, impiedosamente perseguido por Saul, a quem, apesar disso, Davi poupou a vida.
Saul e Jonatas tombaram numa ba­talha contra os filisteus, e Davi foi Co­roado rei de Judá. Mas foram necessários dois anos ate que todo Israel o aceitasse para rei. Davi foi um valente soldado, obteve numerosas vitorias, foi muito popular e de maneira geral go­vernou bem. Depois de ter tomado Je­rusalem dos jebuseus, estabeleceu ai sua capital. Transportou a arca da aliança para a nova capital e planejou construir o templo, mas Deus o impe­diu de faze-lo.
Apaixonou-se por Betsabéia, mulher de Urias, um dos seus oficiais. Quando Betsabéia ficou gravida, Da­vi perversamente mandou Urias para a frente de batalha, dando instruções para que fosse morto. Depois despo­sou a mulher. Mas o profeta Nata de­nunciou o gravíssimo pecado, embo­ra Davi estivesse sinceramente arrepen­dido e Deus o tivesse perdoado, o filho de Betsabéia morreu. 0 filho se­guinte, Salomão, foi o herdeiro do tro­no.
Os filhos de Davi causaram-Ihe mui­tos dissabores. Absalão, o predileto, tentou apoderar-se do trono. O rei foi obrigado a abandonar Jerusalém, mas Absalão acabou sendo derrotado e morto, para grande dor do pai. Na sua velhice outro filho, Adonias, conspi­rou contra ele.
Davi foi grande rei, grande líder e grande poeta, tendo composto muitos belos salmos em louvor a Deus. Co­meteu erros, teve graves culpas, mas sempre se arrependeu e pediu perdão a Deus. A Bíblia definiu-o corno "ho­mem segundo o coração de Deus". (l Sm. l6ss; 1Rs. 2; 1Cr. 11 - 29).


A GLÓRIA DO REINADO DE SALOMÃO

Salomão Filho de Davi e Betsa­béia, o mais famoso rei de Israel. Da­vi fizera muitas guerras e criara um rei­no poderoso. Salomão herdou a paz. Protegeu o pais, mantendo um forte exercito e construindo fortalezas. Fez varias alianças com reis de países vi­zinhos através de matrimônios. Sob o seu governo Israel tornou-se pais rico. Desenvolveu o comércio, vendendo co­bre e cavalos em troca de preciosas cargas de ouro e jóias. A sabedoria que Deus Ihe deu tornou-o famoso. A rai­nha de Sabá (sudoeste da Arábia) visi­tou-o para verificar pessoalmente es­ta sabedoria.
Construiu o primeiro templo de Deus em Jerusalém. Os materiais de construção e os artífices foram forne­cidos por Hiram, rei de Tiro, em tro­ca de trigo e óleo. Era uma construção magnifica que permaneceu de pé por quase 400 anos, até que Nabuco­donosor a destruiu em 586 a.C. Tam­bém construiu palácios para si e para a filha do faraó, urna das suas mulhe­res. O seu reinado foi manchado pelo tratamento duro dado ao povo e pe­los muitos casamentos que contraiu. Revoltou os súditos, forçando-os a tra­balhar de graça e oprimindo-os com pesados impostos para realizar as suas grandes obras. Por fim as mulheres es­trangeiras afastaram-no do verdadei­ro Deus, induzindo-o ao culto dos seus ídolos. Após sua morte, as dez tribos do norte rebelaram-se contra Roboão, 0 filho que Ihe sucedeu no trono, e es­colheram para rei Jeroboão, o chefe da rebelião. (2Srn. 12,24; 1Rs. 1-11; 1Cr. 22, 5 - 23,1; 28; 2Cr. 9).
Israel passara 400 anos com apenas uma tenda como lugar de habitação de Deus entre eles; e Deus, ao que parece estava satisfeito com aquele arranjo, 2 Sm 7:5-7. Contudo, quando pareceu conveniente que tivessem um templo, Deus quis ter uma palavra sobre como deveria ser o edifício, e deu o desenho deles, por escrito por mandado do SENHOR, a Davi, 1 Cr 28:19; Ex 25:9, para que fosse "sobremodo magnificente, para nome e glória em todas as terras”, 1 Cr 22:5.
Davi desejou edificar o Templo, porém isto lhe foi vedado, visto como foi homem de guerra, l Cr 22:8. Deus ajudou a Davi em suas guerras. Mas ao que parece, não julgou bom um homem de guerra ser o construtor de Sua Casa, para que as nações subjugadas não sentissem rancor ao Deus de Israel; afinal das contas, o propósito divino na fundação da nação he­braica foi o de, por meio desta, ganhar outras nações para si.
O Templo foi construído de grandes pedras, traves e tábuas de cedro, revestidas por dentro de ouro, 1 Rs 6:14-22; 7:9-12. O ouro, a prata e outros materiais empregados na sua construção, 1 Cr 22:14-16; 29:2-9, são estimados de modos diferentes, correspondendo em moeda americana de 2 a 5 bilhões de dólares; sem dúvida, foi o mais dispendioso e esplêndido edifício do mundo de então. Sua pompa e esplendor pode ter servido a um propósito, mas o seu ouro tornou-se objeto da cupidez de outros reis.
Foi edificado segundo o traçado geral do Tabernáculo, cada parte com o dobro do tamanho: isto é (dando o cúbito como 50 cm) 30 m de comprimento, 10 de largura e 15 de altura, 1 Rs 6:2.
Tinha a frente para o Oriente. Os 10 m do Ocidente constituíam o Santo dos Santos, ou oráculo. Os 20 m do Oriente eram o Santo Lugar, ou Casa, 1 Rs 6:16-20. Eram separados um do outro pelo véu, 2 Cr 3:14.
No Santo dos Santos estava a arca, coberta pelos dois querubins, 1 Rs 6:23-28. No Santo Lugar, perto do véu, no centro, ficava o altar de ouro do incenso; e 5 castiçais de ouro do lado norte, 5 do lado sul; e 5 mesas dos pães da proposição do lado norte, e 5 do lado sul, 1 Rs 7:48,49; 2 Cr 4:8.
Na frente, no lado oriental, estava o pórtico, de toda a largura da Casa e 5 m de fundo.
No pórtico havia duas colunas de cobre, cada uma de uns 2 m de diâmetro e 9 m de altura, uma de cada lado, 1 Rs 6:3; 7:15-21.
Em redor da parede do Templo, dos lados norte, sul e oeste, havia três andares de câmaras colaterais, para os sacerdotes, 1 Rs 6:5-10.
Defronte do Templo ficava o grande altar de bronze, dos holocaustos, quadrado, 10 m cada lado, e 5 m de altura, 2 Cr 4:1; pensa-se que ficava sobre a pedra onde Abraão ofereceu Isaque, hoje chamada Pedra do Domo, bem abaixo do centro da atual mesquita maometana. Perto, ao sul ficava a grande pia de cobre, ou "mar", circular, 5 m de diâmetro, 2,50 m de profundidade, montada sobre 12 bois de cobre, todos eles obra inteiriça de fundição, para conter a água destinada às abluções dos sacerdotes. Havia 10 pias portáteis menores, 5 do lado norte e 5 do lado sul, que continham água para os sacrifícios, 1 Rs 7:38,39; 2 Cr 4:1-6.
O Templo era rodeado por dois átrios: o "átrio interior" e o "grande átrio", 1 Rs 6:36; 7:12. Suas dimensões não são conhecidas. Pensa-se que o átrio grande podia incluir os edifícios do palácio.
O Templo foi construído por 30.000 israelitas e 150.000 cananeus, l Rs 5:13-16; 2 Cr 2:17,18; 8:7-9. Levaram 7 anos a construí-lo, 1 Rs 6:38. Cada parte era preparada distante do local da edificação e colocada no seu lugar sem se ouvir ruído de martelo ou outro instrumento, l Rs 6:7.
Jerusalém era edificada sobre 5 colinas, ver pág. 39. O Muro de Davi abrangia a colina do sudeste. Pensa-se que o de Salomão abrangia as colinas do centro-leste e sudoeste. O Palácio de Salomão ficava abaixo da colina, bem ao sul do pátio do Templo. Ao oeste do palácio, a casa da filha de Faraó; e ao sul do palácio, a sala do trono de Salomão; ao sul desta, a casa do bosque do Líbano, que se julga ter sido um arsenal, 1 Rs 7:2, 8.


ESBOÇO GERAL DO LIVRO DE I REIS

1. A morte de Davi ( 2:10 ).
2. Salomão assume o reino ( 2:12 ).
3. A construção do templo ( 6:1:14 ).
4. A separação das tribos ( 12:17 á 19 ).
5. Jeroboão e os bezerros de ouro ( 12:26 á 33 )
6. O ciclo do profeta Elias ( 17:ss )


ESBOÇO DETALHADO DO LIVRO DE I REIS

SALOMÃO

2:12 – Salomão assume o reino.
3:1 – O casamento de Salomão.
3:5 á 15 – O pedido de Salomão.
3:1 á 16 – O julgamento de Salomão.
6:1 á 14 – A construção do templo.
8:1 á 9 – Trasladação da arca da aliança.
8:30 á 56 – A oração de Salomão.
10:1 – A rainha de Sabá.
11:1 á 13 – A queda do reino de Salomão.
11:14 á 25 – Yahweh suscitou inimigos a Salomão.
11:41 á 43 – A morte de Salomão.


A Divisão do Reino - Cap. 12

O Reino unido durou 120 anos: Saul, 40 anos, (At 13:21); Davi, 40 anos, (2 Sm 5:4); Salomão, 40 anos, (1 Rs 2:42). Depois da morte de Salomão, dividiu-se o reino: dez tribos formaram o reino do Norte, chamado Israel; Judá e Benjamim formaram o reino do Sul, chamado "Judá". O reino do Norte durou pouco mais de 200 anos, e foi destruído pela Assíria, 722 a.C. O reino do Sul foi um pouco alem de 300 anos, e foi destruído pela Babilônia, no período entre 605 e 587 a.C.
A separação das dez tribos "veio de Deus",( 1 Reis. 11:11, 31; 12:15), como castigo da apostasia de Salomão e como uma 1ição para Judá.

A Cronologia do Reino Dividido

A data da divisão do reino é calculada de vários modos, entre 983 a.C. e 931 a.C., sendo a data menor a que geralmente mais se aceita hoje Existem dificuldades na cronologia do período, e discrepâncias aparentes que podem ser explicadas, parcialmente, com "reinados coincidentes em parte", "soberanias associadas", "intervalos de anarquia", e "frações de anos toma­das por anos inteiros".

A Religião do Reino do Norte

Jeroboão, fundador do reino do Norte, adotou para manter separados os dois reinos, o culto do bezerro, a religião do Egito, como religião oficial do reino recem-formado. O culto de Deus identificasse-a em Judá com a família de Davi. O bezerro veio a constar como símbolo da independência de Israel. Jeroboão incitou tão profundamente o culto do bezerro no reino do Norte que não pôde ser arrancado dai senão com a queda desse reino.
O culto de Baal, introduzido por Jezabel, prevaleceu por uns 30 anos, mas foi exterminado por Elias, Eliseu e Jeú, nunca mais reaparecendo, embora persistisse, com intermitência, em Judá, até ao cativeiro deste.
Todos os 19 reis do Norte seguiram o culto do bezerro de ouro. Alguns deles serviram também a BaaI, porem nenhum tentou alguma vez fazer o povo voltar para Deus.

A Religião do Reino do Sul

Foi o culto de Deus: posto que a maioria dos reis servisse aos ídolos e andasse nos maus caminhos dos reis de Israel, contudo alguns dos reis de Judá serviram a Deus e por vezes houve notáveis reformas no meio desse povo. Entretanto, apesar dos repetidos e enérgicos avisos dos profetas, Judá acabou por abismar-se nas praticas horríveis do culto de Baal e de outras religiões dos cananeus, até que não houve mais remédio.
Alguns reinados foram, em parte, simultâneos.
Todos os reis de Israel serviram ao bezerro; os piores serviram a Baal.
A maioria dos reis de Judá serviam aos ídolos; poucos serviram a Jeová.
Alguns maus reis foram parcialmente bons; alguns bons foram parcialmente
maus.

ROBOÃO – Caps. 14:21 á 31. Reoboão, rei de Judá, 931-913 a.C.

Filho de Salomão. Reinou 17 anos. Jovem insensato, sob cujo reinado o magnificente reino de Salomão precipitou-se rapidamente do pináculo da glória às profundezas da vergonha e insignificância. Dez das doze tribos separaram-se do seu reino; e Sisaque, rei do Egito, saqueou Jerusalém.

JEROBOÃO – Caps. 13, 14., Rei de Israel, 931-910 a.C.

Foi um oficial no governo de Salomão. Animado pelo profeta Ajas e tendo a promessa do trono das dez tribos e de uma casa firme, se apenas Se conduzisse nos caminhos de Deus, encabeçou uma revolta contra Salomão. Este procurou mata-lo. Ele fugiu para 0 Egito, abrigando-se na corte de Sisaque; provavelmente chegou a um acordo com este, em quem des­pertou cobiça pelas riquezas de Salomão.
Morto Salomão, ele voltou e estabeleceu as dez tribos como reino independente. Mas, não atendendo ao aviso de Aías, passou logo a instituir o culto do BEZERRO. Deus enviou Aías a dizer-Ihe que sua casa seria derribada e Israel desarraigado da terra e espalhado na região além do Eu­frates. 14:10, 15.
A impressionante profecia que chamou Josias por seu nome, 300 anos antes de nascer, 13:2, cumpriu-se, 2 Rs 23:15-18.
Houve guerra continua entre Israel e Judá, ap6s a divisão do reino.

ABIAS – Cap. 15:1 á 8. Abias, rei de Judá, 913-911 a.C.

Reinou 3 anos. Mau, como seu pai. Contudo, em batalha contra Jeroboão, porque confiou no SENHOR" derrotou-o, reavendo algumas das cidades do Norte.

ASA – Caps. 15:9 á 24. Asa, rei de Judá, 911-870 a.C.

Reinou 41 anos. Seu longo reinado coincidiu, em parte, com os reinados de 7 reis do reino do Norte, desde o final do de Jeroboão ao começo do de Acabe. Foi bom rei; serviu ao SENHOR com muito zelo. Grande movimento reformador sacudiu a na­ção. Derribou os altares estranhos, os lugares altos, as colunas, as imagens do sol e os postes-idolos; expulsou os sodomitas; despojou sua mãe da função de rainha porque adorava um ídolo. Prosperou muito.

NADABE – Caps. 15:25 á 32. Nadabe, rei de Israel, 910-909 a.C.
Filho de Jeroboão. “Andou nos pecados de seu pai”. Reinou 02 anos. Foi assassinado por Baasa, que trucidou toda a casa de Jeroboão.

BAASA – Caps. 15.33-16:7. Baasa, rei de Israel, 909-886 a.C.

Conquistou o trono pela violência. Reinou 24 anos. Andou nos pecados de Jeroboão." Guerreou Judá. Este contratou a Assíria para atacá-lo.

ELÁ – Cap. 16:8 á 14. Elá, rei de Israel, 88~885 a.C.

Filho de Baasa. Reinou 2 anos. Foi um devasso. Estando bêbado, foi assassinado por Zinri, que trucidou toda a sua casa.

ZINRI – Cap. 16:15-20. Zinri, rei de Israel, 885 a.C.

Reinou 7 dias. Oficial do exército, cuja única realização foi o extermínio da dinastia de Baasa. Morreu queimado.

ONRI – Cap. 16:21-28. Onri, rei de Israel, 885-874 a.C.

Reinou 12 anos. "Fez pior do que todos quantos foram antes dele." Ganhou tal proeminência que por muito tempo depois de morto, Israel era conhecido como "a terra de Onri". Fez de Samaria sua capital. Tirza até então fora a capital do Norte, 14:17; 15:33.

ACABE – Caps. 16:29-22:40. Acabe, rei de Israel, 874-853 a.C.

Reinou 22 anos. O mais perverso de todos os reis de Israel. Casou-se com Jezabel, princesa sidônia, mulher imperiosa, inescrupulosa, Vingativa, decidida, diabólica, o demônio em carne. Devota do culto de Baal, cons­truiu-lhe um templo em Samaria, manteve 850 profetas desse deus e de Astorete, matou os profetas de Jeová e aboliu o seu culto, 18:13,19. Seu nome veio a ser aplicado a uma profetisa de tempos depois, que procurou inculcar praticas voluptuosas do culto id6latra na igreja, Ap. 2:20.
Terminou seu reinado com um crime brutal contra Nabote; e foi morto em guerra contra a Síria; assim acabou o homem de caráter desprezível.


O PROFETA ELIAS

ELIAS – l Reis l7 a 2 Reis 2

Seis capítulos são reservados aos anais do reinado de Acabe, enquanto a maioria dos reis tem só uma fração de capítulo. A razão é' que em grande parte narram a hist6ria de Elias. Esta foi a resposta que Deus deu a Acabe e a Jezabel, os quais haviam-no substituído por BaaI. Deus mandou Elias para que erradicasse o Baalismo, religião vil e cruel.
"Os aparecimento raros, súbitos e breves de Elias, sua coragem indômita e seu zelo ardente, o fulgor de seus triunfos, o patético de seu desânimo, a glória de seu passamento, e a tranqüila beleza de sua reaparição no Monte da Transfiguração, tornam-no um dos vultos mais grandiosos e românticos que Israel produziu."
Deus deu a Elias o poder de fechar os céus por 3 anos e meio, tempo em que foi alimentado pelos corvos do ribeiro de Querite, e pela viuva de Zarefate, cuja panda de farinha e botija de azeite não se esvaziaram.
Sua aventura de fé, no Monte Carmelo, foi magnifica. Deus devia ter-lhe revelado, de um ou outro modo, que iria mandar o fogo e a chuva. Nada disto, porém, impressionou Jezabel.
Desanimado de todo, Elias fugiu para o Monte Horebe, onde, 500 anos antes, Moisés organizara a nação e pedira a Deus que o deixasse morrer. Deus ensinou-lhe esplendida lição: O Senhor não estava no vento, nem no terremoto e nem no fogo, mas na "voz mansa e delicada". O ministério de Elias fora de milagres, fogo e espada. Fechara os céus, sendo sustentado pelos corvos, por uma panela de farinha e urna botija de azeite que não se esvaziavam; ressuscitara um morto, chamara fogo do céu, matara os profetas de Baal a espada e trouxera chuva sobre a terra.
Parecia como se Deus Ihe quisesse dizer que, embora as demonstrações de força fossem necessárias às vezes, em razão de crises nos planos divinos, a verdadeira obra principal de Deus no mundo não se executa com esses métodos: que Deus ás vezes faz, e outras vezes convoca homens para fazer, coisas que são totalmente contrarias a sua natureza, porém que, em certas emergências, tem de ser feitas.
Muitos séculos depois, Elias reapareceu a olhos mortais, no Monte da Transfiguração, conversando com Cristo, para quem ajudara a preparar o caminho, a respeito da obra que, por fim, estava se inaugurando na terra, a saber, a transformação de vidas humanas conforme a imagem de Deus, mediante a "voz mansa e delicada" de Cristo a soar nos corações.

JEOSAFÁ – Caps. 22:41 á 50. Jeosafá, rei de Judá, 87O~848 a.C.

Reinou 25 anos, incluindo sua co-regência desde 873 a.C. Muito religioso: "buscou ao Senhor em tudo." Inaugurou um sistema de instrução pública, por meio de sacerdotes e levitas que faziam circuitos regulares, levando consigo "o livro da lei", para ensinar o povo. Instalou tribunais de justiça por toda a nação, e um tribunal de apelação em Jerusalém. Manteve vasto exército e muito se engrandeceu.

ACAZIAS – Cap. 22:51 á 53. Acazias, rei de Judá, 841 a.C.

Reinou 1 ano. Filho de Atalia, neto de Jezabel; rebento da casa de Davi numa vinculação horrível. Muito per­verso. Foi morto por Jeú.


PENSAMENTO CHAVE

1 Reis 2:3,4 - “Cumpre, pois, o dever para com o Senhor teu Deus, trilhando seus caminhos e observando seus decretos e mandamentos, suas decisões e estatutos, assim como está escrito na Lei de Moisés, para que sejas bem sucedido em tudo o que fizeres e empreenderes, a fim de que o Senhor possa cumprir a palavra que pronunciou a meu respeito nestes termos: ‘Se os teus filhos andarem com cuidado na sua vereda, caminhando na minha presença com sinceridade, de todo o seu coração e com toda a sua alma –assim disse ele –nunca te faltará um sucessor no trono de Israel’.


Nenhum comentário:

Postar um comentário